Existe cada vez mais, por parte dos homens, uma preocupação com a sua aparência e consequentemente com o seu bem-estar. Num mundo cada vez mais competitivo em que todos querem ser bem sucedidos, a imagem tornou-se crucial. Não se tem uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa impressão.O termo metrossexual, criado pelo colunista inglês Mark Simpson, anunciou uma nova geração de homens com uma atitude masculina diferente da que até aqui vigorava. O termo provém da contracção de heterossexual com metropolitano, e foi criado para descrever os homens que se preocupam tanto ou mais do que as mulheres com a aparência física. São empreendedores, bem sucedidos, têm entre 25 e 45 anos, vivem em grandes cidades e gastam uma boa parte do seu salário em roupa, tratamentos de saúde, cosmética, estética, ginásio, etc. São também vistos como excêntricos, excessivos, narcisistas e egocêntricos. David Beckham é considerado o maior ícone internacional da metrossexualidade.
A publicitária Marian Salzmain criou, mais recentemente, o termo ubersexual para designar o homem mais tradicional, que não abdica da virilidade que sempre caracterizou a espécie masculina, mas não deixa de ser sensível. Esta nova tendência aproxima-se mais de homens com uma imagem mais clássica. O prefixo uber provém da palavra alemã que significa “acima”, ou seja, são homens que estão no topo. Cuidam da sua imagem, são apaixonados pelos prazeres da vida e gostam de partilhar tarefas domésticas. Contudo, não abdicam do ar mais masculino, onde também há lugar para tratamentos de beleza e idas ao ginásio. Por sua vez, George Clooney é considerado o maior ícone internacional da ubersexualidade.
Mais importante que a distinção, definição ou criação de conceitos sobre a nova geração de homens (metrossexual, ubersexual, ou qualquer coisa terminada em sexual), é a detecção da mudança da mentalidade dos homens da actualidade e consequentemente as alterações dos seus estilos de vida. Dado que o objectivo do marketing é satisfazer as necessidades e os desejos do público-alvo, as novas tendências, como o caso do metrossexualismo ou ubersexualismo, podem oferecer grandes oportunidades de mercado. Assim, as empresas devem conhecer os seus clientes e estarem atentas às constantes mudanças que ocorrem ao longo da vida do consumidor. Entender e conhecer bem o consumidor faz com que os produtos certos sejam comercializados para os clientes certos de forma apropriada (Kotler & Keller, 2005).
A indústria dos cosméticos detectou novas necessidades para um nicho de mercado altamente emergente e com poder de compra. Todas as marcas de cosméticos têm uma linha destinada ao público masculino designada por for men. Esfoliantes, cremes hidratantes, anti-rugas, para pele cansada, contornos para olhos, cremes depilatórios (a lista seria longa). As prateleiras dos hipermercados já têm tantos produtos de cosmética destinados a homens como a mulheres. Os homens decidiram cuidar da sua aparência e estão dispostos a pagar por isso pois consideram que é um factor determinante para o sucesso. Se o sucesso para os homens modernos é sinónimo de aparência, resta às empresas mantê-los satisfeitos, aproveitando a oportunidade de mercado para maximizar o seu lucro.
Basta ligar a TV pela manhã para reparar na quantidade de anúncios dirigidos exclusivamente a meninos e meninas. De acordo com o publicitário Celso Japiassu, ao segmentar-se o mercado, surge com destaque o público infantil e propostas para conquista-lo. São revistas, canais e programas de televisão próprios, espectáculos, CDs personalizados, personagens e mascotes de produtos alimentares e bebidas, etc. A oferta para os elementos mais novos da família não pára de crescer, e a razão é muito simples. Vários estudos revelam que as crianças exercem uma enorme influência na decisão de compra dos adultos. Chaves (2006) acresenta que a criança enquanto consumidor desempenha três papéis diferentes em termos do comportamento de consumo das famílias. Enquanto ele próprio consumidor; o de forte influenciador dos consumos familiares numa série de categorias; e por fim, como consumidor do futuro. É um segmento que faz sentido considerar, pois uma marca que entre no coração de uma criança, é uma marca com a qual esta vai criar uma relação que se prolonga no tempo.
Marketing interno é um modelo de actuação na gestão de recursos humanos que segue os mesmos princípios do marketing (Lindon et al. 2008). O objectivo do Marketing interno é preparar as organizações para as constantes alterações do mercado através de uma gestão eficiente dos seus colaboradores de modo a atrair, desenvolver, motivar e capacitar empregados qualificados com funções que satisfaçam as suas necessidades. De uma forma simplista é a filosofia de tratar os colaboradores como clientes internos (Berry & Parasuraman, 1993).