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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Marketing no Masculino

Existe cada vez mais, por parte dos homens, uma preocupação com a sua aparência e consequentemente com o seu bem-estar. Num mundo cada vez mais competitivo em que todos querem ser bem sucedidos, a imagem tornou-se crucial. Não se tem uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa impressão.

O termo metrossexual, criado pelo colunista inglês Mark Simpson, anunciou uma nova geração de homens com uma atitude masculina diferente da que até aqui vigorava. O termo provém da contracção de heterossexual com metropolitano, e foi criado para descrever os homens que se preocupam tanto ou mais do que as mulheres com a aparência física. São empreendedores, bem sucedidos, têm entre 25 e 45 anos, vivem em grandes cidades e gastam uma boa parte do seu salário em roupa, tratamentos de saúde, cosmética, estética, ginásio, etc. São também vistos como excêntricos, excessivos, narcisistas e egocêntricos. David Beckham é considerado o maior ícone internacional da metrossexualidade.

A publicitária Marian Salzmain criou, mais recentemente, o termo ubersexual para designar o homem mais tradicional, que não abdica da virilidade que sempre caracterizou a espécie masculina, mas não deixa de ser sensível. Esta nova tendência aproxima-se mais de homens com uma imagem mais clássica. O prefixo uber provém da palavra alemã que significa “acima”, ou seja, são homens que estão no topo. Cuidam da sua imagem, são apaixonados pelos prazeres da vida e gostam de partilhar tarefas domésticas. Contudo, não abdicam do ar mais masculino, onde também há lugar para tratamentos de beleza e idas ao ginásio. Por sua vez, George Clooney é considerado o maior ícone internacional da ubersexualidade.

Mais importante que a distinção, definição ou criação de conceitos sobre a nova geração de homens (metrossexual, ubersexual, ou qualquer coisa terminada em sexual), é a detecção da mudança da mentalidade dos homens da actualidade e consequentemente as alterações dos seus estilos de vida. Dado que o objectivo do marketing é satisfazer as necessidades e os desejos do público-alvo, as novas tendências, como o caso do metrossexualismo ou ubersexualismo, podem oferecer grandes oportunidades de mercado. Assim, as empresas devem conhecer os seus clientes e estarem atentas às constantes mudanças que ocorrem ao longo da vida do consumidor. Entender e conhecer bem o consumidor faz com que os produtos certos sejam comercializados para os clientes certos de forma apropriada (Kotler & Keller, 2005).

A indústria dos cosméticos detectou novas necessidades para um nicho de mercado altamente emergente e com poder de compra. Todas as marcas de cosméticos têm uma linha destinada ao público masculino designada por for men. Esfoliantes, cremes hidratantes, anti-rugas, para pele cansada, contornos para olhos, cremes depilatórios (a lista seria longa). As prateleiras dos hipermercados já têm tantos produtos de cosmética destinados a homens como a mulheres. Os homens decidiram cuidar da sua aparência e estão dispostos a pagar por isso pois consideram que é um factor determinante para o sucesso. Se o sucesso para os homens modernos é sinónimo de aparência, resta às empresas mantê-los satisfeitos, aproveitando a oportunidade de mercado para maximizar o seu lucro.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Marketing Infantil: Oportunidade ou Falta de Ética?

Basta ligar a TV pela manhã para reparar na quantidade de anúncios dirigidos exclusivamente a meninos e meninas. De acordo com o publicitário Celso Japiassu, ao segmentar-se o mercado, surge com destaque o público infantil e propostas para conquista-lo. São revistas, canais e programas de televisão próprios, espectáculos, CDs personalizados, personagens e mascotes de produtos alimentares e bebidas, etc. A oferta para os elementos mais novos da família não pára de crescer, e a razão é muito simples. Vários estudos revelam que as crianças exercem uma enorme influência na decisão de compra dos adultos. Chaves (2006) acresenta que a criança enquanto consumidor desempenha três papéis diferentes em termos do comportamento de consumo das famílias. Enquanto ele próprio consumidor; o de forte influenciador dos consumos familiares numa série de categorias; e por fim, como consumidor do futuro. É um segmento que faz sentido considerar, pois uma marca que entre no coração de uma criança, é uma marca com a qual esta vai criar uma relação que se prolonga no tempo.

O público infantil torna-se um alvo fácil da publicidade, dado que assimila rapidamente informações e tem uma enorme uma curiosidade natural pelo que é novo. As empresas tendem a pensar no que é extremamente rentável, muitas estratégias utilizadas têm causado polémica precisamente por irem de encontro à fragilidade deste target, que ainda não conseguem distinguir a realidade da ficção. As abordagens das marcas ambicionam a construção de valores através de personagens de desenhos animados, para que a criança associe cada personagem a um produto/marca específica (Rebelo 2007).

Tendo actualmente as empresas responsabilidade perante a sociedade, não devem ter como único objectivo o lucro financeiro. Os educadores consideram que existe falta de ética e queixam-se da dificuldade de educar um filho quando as empresas jogam com a inocência dos mais pequenos. As opiniões convergem para o esquecimento do verdadeiro objectivo do marketing: a satisfação de todos os intervenientes do mercado.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Marketing Interno

Marketing interno é um modelo de actuação na gestão de recursos humanos que segue os mesmos princípios do marketing (Lindon et al. 2008). O objectivo do Marketing interno é preparar as organizações para as constantes alterações do mercado através de uma gestão eficiente dos seus colaboradores de modo a atrair, desenvolver, motivar e capacitar empregados qualificados com funções que satisfaçam as suas necessidades. De uma forma simplista é a filosofia de tratar os colaboradores como clientes internos (Berry & Parasuraman, 1993).

A lista das 30 melhores empresas para trabalhar em Portugal em 2009 foi elaborada pelo Great Place to Work Institute Portugal (www.greatplacetowork.pt). No pódio ficaram a Microsoft Portugal, a Cisco Systems Portugal e a Liberty Seguros respectivamente. O Instituto reconheceu ainda a melhor empresa para as Mulheres trabalharem (Liberty Seguros); para Jovens (Everis Portugal); e para Executivos (GMS Consulting). O prémio do Melhor Concelho Para Trabalhar foi para Oeiras onde se encontram a maioria das organizações desta lista e os colaboradores mais satisfeitos. Relativamente à lista das 50 melhores grandes empresas para trabalhar na Europa, no pódio fica novamente a Microsoft, a Google e a Cisco respectivamente.

Estas organizações vêm nos seus colaboradores a vantagem competitiva para alcançar os seus objectivos. Assim, através da cultura organizacional tentam obter a satisfação, em primeiro lugar dos clientes internos (colaboradores) e consequentemente dos clientes externos (consumidores/clientes). Para os consumidores/clientes os colaboradores são a “cara” da organização. Deste modo, essa “cara” deve ser motivada, estar inserida num bom ambiente empresarial, estar numa função em que se sinta bem e realizada, bem como usufruir de boas condições de trabalho para que isso seja reflectido para o exterior. Num mercado extremamente competitivo e cada vez mais global, em que os produtos/serviços se tornaram praticamente homogéneos, o capital humano é sem dúvida o vector diferenciador numa organização. As organizações não se podem descurar do seu activo mais precioso, os colaboradores.